quinta-feira, setembro 09, 2010

Sem Retorno


Sem retorno
Ao antes e aquilo
Que podia ter sido
Às palavras essas farpas
Ditas com leviandade
Aos actos deste actor
Que imita a verdade com traições
Intrigas com imaginação
Aos pesadelos, lamentos
Da desventura desta casca de noz
Que por ventos de norte
Teima ir rumo sul
Vou, vou sem retorno
Nem magoa…

By Lord Poseidon

O Reino Azul volta de novo a vida pois este poeta está de novo a escrever.

domingo, fevereiro 01, 2009

Impossível


Invoco o impossível
Navego hoje e agora
Pelos limites da alma
Além do tempo
E história
Cercado pelo nevoeiro
Mar desconhecido
Nos antípodas da imaginação
Carrego comigo
Lendas e mitos
Escondidos em grãos
De areia
E a chave mestra
De sal…

Por Lord Poseidon

Fotografia cedida por Miguel Silveira

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Sem Resposta


Na sombra do teu olhar
Onde a luz se eclipsa
E a alma se perde
Afundando-se nas ruínas
De não ser como era
Simples ingénuo
Hoje cruel e frio
Porquê?
Porquê?
Não sei…
Talvez…
Sempre a mesma pergunta
Nem sempre a mesma reposta…
Por Lord Poseidon
Fotografia cedida por Miguel Silveira

quinta-feira, junho 12, 2008

Entre dois


Assombras o passado
Segues os meus passos
Por entre ruas estranhas
Esconde-te na penumbra
O sangue ferve

Acido corroendo
A pureza que resta em mim
Ao sentir o teu beijo envenenado
Que faz fez e fará esquecer
O que fizeste …

Sacrilégio seja entre…
E na pira funesta mundana das tuas mãos
De meretriz desfazes em farrapos
Rasgando esta alma
Com as tuas, doces garras de Harpia

Rendo-me á luxúria
E reviro o tabuleiro da vida
Num holocausto de sentimentos
Aprisiono o que resta de ti em mim
Com grilhões de dor

Acarinho os teus gritos
Num amordaçar de lábios
Trespassando o teu corpo nu
Com ódio e terror e …

By Lord Poseidon

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Desejo


Não sei porque escrevo
Nem porque existo
Desisto
Ao inevitável
Jogo da vida
Miserável

Nada faz sentido
E mesmo que fizesse
Não saberia entender
Dúvida acotovelando-se
Sobre dúvidas
Incompreensíveis aos meros mortais

Desejo amar
E só sei odiar
Desejo partilhar
E não sei dar
Desejo sonhar
E não sei se sei

Vivo no inconstante
Distante
Tento ser que não sou
Preso ao passado
Fico a marcar o passo
Num compasso
Monocórdico

A vida é um veneno
A morte o remédio
Desconfio de mim mesmo
Por instantes
Na incerteza
Que possa acontecer novamente…

Fotografia cedida por Miguel Silveira

By Lord Poseidon

sexta-feira, novembro 30, 2007

Recordações


Livro
Aberto
Folheio as páginas
Leves plumas
Ao sabor das mãos
Lendo pequenas passagem

Como quem alinhava
Uma manta de retalhos
Sublinhado
A lápis negro noite
Em traços finos
Pensamentos e lamentos

As horas desvanecem
A luz esmorece
Os olhos ardem
E o retrato dela
Reluz debaixo
Do fino pó

Memórias entrelaçadas
Na vertigem do entardecer
O frio abalroa os ossos
Em golpes ocasionais
Lembrando o ocaso
Embrulho-me no sono

Do ronronar do Orpheu
Que no coxim
De rendas bilros
Amarelados do tabaco
Dorme
Serenamente

E os pensamentos
Desfazem-se em espuma
Lancinante…

Fotografia cedida por Miguel Silveira

By Lord Poseidon

quarta-feira, outubro 31, 2007

Palavras


Palavras trechos
De uma vida
Escrita em fogo
Através de instantes
Inconstantes
Incertos

Pequenas
Encantadas
Opressoras
Nas linhas
Dos versos
E no inverso

Palavras
Construções
Que se erguem
Para o firmamento
Em intrincadas
Ilusões

Pena de cisne
Envolta em tinta
Azul-fino
Escrevendo
Em pergaminhos
As Histórias de alguém

Palavras
Demolidoras
Cruéis
Destruindo
Tudo á sua passagem
Enquanto a mente divaguei-a

Caos
Morte
Destroços
Ruínas nas quais
Nascem flores
Pétalas fogo vivo

Palavra
Punhais que magoam
E atordoam
Farpas que fazem
Sangrar feridas
Antigas

Causadoras
De dor
Medo
Solidão
E silêncio
Nas entrelinhas

Palavras
Simples
Complexas
Labirintos
No qual encontro
A palavra amor

Amor
Quatro letras
Irreais
Que são a realidade
Hostil da existência
Humana

By Lord Poseidon